Segredos para maximizar o valor da sua operadora
Estratégias para o Sucesso no Setor de Telecomunicações
Setor de telecomunicações
O setor de telecomunicações tem experimentado ondas de crescimento em sua infraestrutura e serviços. Nos anos 1990, o Brasil vivenciou a expansão da telefonia fixa, já na década de 2000, foi a vez do boom da telefonia móvel, quando se alcançou um número maior de chips do que de habitantes no país. A partir de 2010, começou a “era de ouro” da banda larga. De maneira inovadora, o mercado brasileiro contou também com a primeira onda de compartilhamento de infraestrutura através da venda de torres de telefonia celular.
A atual década é marcada principalmente pelo (i) intenso investimento de fundos na tese de telecomunicações, (ii) cisão estrutural de redes das grandes operadoras e (iii) consolidação de provedores de internet regionais. Os investidores apostam no aumento expressivo e acelerado da cobertura e capilaridade de redes de fibras ópticas, em busca da universalização do acesso à internet no Brasil.
A atuação dos fundos majoritariamente visa a criação de plataformas regionais com grande escala, viabilizando a continuidade de suas expansões. Citando alguns exemplos, temos: o fundo global Warburg Pincus com a Americanet, a Bordeaux Participações com a Sercontel e Copel, o fundo de private equity HIG Capital com a operadora paulista Desktop, a Vinci Partners com a Vero, a Grain Management, antiga Acon Investimentos, com a Conexão e a EB Capital com a Sumicity e a Mob Telecom.
Janela de consolidação
O movimento de consolidação, impulsionado pelas plataformas em franca expansão desde 2017, não dá sinais de desaceleração. Somente no ano passado, houve mais de 30 transações envolvendo aquisições de provedores regionais. Para os próximos cinco anos, a expectativa é de que esta tendência se mantenha via aquisições e fusões.
“No médio a longo prazo, tende a haver maior facilidade para a criação de empresas “ClientCo”, com foco no atendimento direto ao cliente (B2C), sem precisar comprometer o capital em infraestrutura. Assim, estas empresas atuarão como “MVNOs” das InfraCos, prestando serviços sem redes próprias e usando a infraestrutura já existente”, analisa André Alves, sócio da ADVISIA Investimentos.
Daniel Wada, sócio da ADVISIA OC&C Strategy Consultants, explica que o modelo atual é de um ecossistema de telecomunicações em que uma mesma operadora pode atuar tanto como InfraCo, quanto como ClientCo. Wada destaca ainda que, por ora, não há uma definição absoluta da atuação das empresas de infraestrutura, as InfraCos.
“Algumas InfraCos podem oferecer backbone e backhaul, outras vão até a última milha, ofertando, inclusive, a ONU na casa do cliente final. O modelo de InfraCo, entretanto, só prosperará no cenário em que ela serve diversas ClientCos ao mesmo tempo, permitindo a otimização do investimento realizado”, complementa Wada.
Hoje a V.tal tem um modelo end-to-end para oferta da infraestrutura de backbone e de backhaul até a ONU no cliente final. A Fibrasil tem um modelo parecido, fornecendo fibra até a CPE ou instalação do cliente final. “Todas têm como meta atuar como redes neutras. O provedor pode pagar por ativação de cliente ou por home passed. Os potenciais modelos de InfraCo serão testados e aprovados pelo mercado”, prevê Alves.
Esse cenário cria inúmeras oportunidades para o Grupo ADVISIA, que desempenha papel relevante na oferta de consultoria e assessoria financeira de fusões e aquisições. O Grupo foi criado no Brasil há 20 anos, servindo as grandes operadoras de telecomunicações e a ANATEL em diversos temas estratégicos, além de capitanear a viabilização da tese de consolidação dos provedores locais de internet no Brasil, auxiliando na criação das plataformas da Vero, Desktop e Conexão, entre outras. A ADVISIA foca em apoiar o empreendedor de ISP a obter um valor justo pela sua empresa no momento da venda, com base em seu profundo know-how e grande experiência no setor de telecomunicações.
Perspectivas futuras para as operadoras de telecomunicações
Wada aponta que o 5G será o carro-chefe desta década, e a nova tecnologia móvel demandará grande volume de infraestrutura em fibra. A isso somam-se as limitações de investimentos (Capex) das operadoras, fomentando de maneira acentuada o papel estratégico das InfraCos.
Alves, da ADVISIA Investimentos, acrescenta que com o crescimento dos ISPs, inclusive, alguns com licenças de 5G, há uma vertente robusta de consolidação de infraestrutura. Para ele, as redes de telecomunicações tendem a desfrutar a eficiência do compartilhamento, já experimentado no mercado de torres, que, por sua vez, tem enfrentado novos desafios.
“As vendas de torres de celular foram fechadas há mais de dez anos e terão seus contratos de prestação de serviços passando por renovações, podendo criar uma situação difícil para as ClientCos, caso os valores aumentem muito. As operadoras podem assim cogitar voltar a construir torres. O ambiente regulatório precisa se modernizar para enfrentar essa questão”, comenta Alves.
Wada complementa, dizendo que o desafio não é apenas econômico, mas também das restrições de licenciamento e de negociação com 5,6 mil municípios, além das respectivas concessionárias de energia. “A defesa da tese de compartilhamento não é desafiadora, o real desafio é o equilíbrio econômico junto às autorizações municipais”, alerta Wada.
Otimização de valor
O Brasil conta com mais de 12 mil provedores e, para que haja a concretização de um processo de fusão ou de aquisição, diversas são as variáveis que devem ser consideradas.
“Os provedores naturalmente querem otimizar o valor de suas empresas e receber no menor tempo possível. Ao auxiliarmos essas empresas a encontrar o comprador certo, primeiramente realizamos um diagnóstico 360º em toda a empresa, avaliamos as áreas operacional, financeira e fiscal”, diz Alves.
A ADVISIA apoia a estruturação do provedor quanto à governança, planejamento de longo prazo, análise mercadológica, formalização e contabilidade. “Essa é uma forma de prepará-los para a venda, garantindo o destravamento de valor. Muitos querem sair da operação, mas precisam de adequações. Políticas fiscais inadequadas levam muito tempo para serem ajustadas”, antecipa Alves.
O executivo explica que as áreas operacionais e financeiras impactam diretamente no valor da venda. Uma operação eficiente e enxuta, com boa geração de caixa, é mais valorizada. As questões fiscais, por sua vez, acabam reduzindo a parcela à vista que o vendedor recebe.
Em resumo, é muito importante que o empreendedor seja bem orientado por um assessor que entenda profundamente a operação como um todo e que não foque apenas em fazer a transação de venda, mas que ajude o vendedor a destravar valor e a realizar a venda no momento correto.
Compartilhe